CEMITÉRIO
Em 1937 a Sociedade Israelita da Bahia adquiriu um terreno no Largo da Quinta dos Lázaros e lá organizou o seu cemitério. O espaço passou por algumas obras de melhorias, sendo a penúltima no ano de 2002, feita em Memória de Richard David Saul, com doações das famílias Saul e Kowes. Nesta época foram recuperados os arruamentos, as salas de Taará e de velório e construída uma praça com bancos.
A ultima reforma juntamente com plano de ocupação de terreno acioso para aumentar a capacidade, foi em 2006 – 2007, feita em memória de Mania e Rubin Zausner com doações da família Zausner. Consistiu na execução de uma nova entrada principal, na reforma e ampliação do pavilhão do velório, em melhorias na rampa de acesso à parte velha do Cemitério, na execução de nova pavimentação, em serviços de infra-estrutura e construção de uma nova pia para o netilat iadaim, além da construção do Memorial do Holocausto
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Como se calcula o Yahrzeit?O Yahrzeit é contado à partir do dia da morte, seguindo o calendário judaico. Por exemplo, se uma pessoa faleceu no terceiro dia do mês de Tevet, seu primeiro Yahrzeit é comemorado exatamente um ano depois, isto e, novamente no dia 3 de Tevet. Existe uma exceção a esta regra. Se, por algum motivo, o sepultamento se realizou três ou mais dias após a morte, o primeiro Yahrzeit a calculado a partir do dia do enterro. Nos anos seguintes, entretanto, observa-se o Yahrzeit no aniversario do falecimento.
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Em que consiste a tradição de ficar sete dias em casa após uma morte na família (Shivá)?A palavra “Shivá” significa “sete”, e se refere ao período de sete dias de luto fechado, contados a partir do dia do enterro. A tradição tem origem na Torá, quando José “chorou sete dias” pelo seu pai, Jacob (Gênesis 50:10). Durante uma semana, os enlutados ficam em casa, abstendo-se de quaisquer atividades profissionais ou de lazer. Parentes e amigos fazem visitas de condolências à casa dos enlutados, e três vezes por dia (de manhã, à tarde e a noite) realizam-se serviços religiosos. A instituição da Shivá tem como finalidade dar à família forças psicológicas e espirituais para continuar depois da perda de um ente querido. O enlutado não esta só; muito pelo contrário, ele faz parte da “comunidade” dos “enlutados de Sion”. É esta consciência de grupo que lhe dá conforto, que lhe permite emergir fortalecido, preparado para enfrentar as vicissitudes da vida, e pronto para reassumir suas responsabilidades perante o seu povo.
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O que é Shloshim?A palavra “Shloshim” significa “trinta” e se refere ao período de luto entre o término da Shivá e o trigésimo dia. Existe na Bíblia uma alusão ao prazo de um mês como período de luto, num dos preceitos sobre o tratamento da mulher cativa: “Ela permanecerá em tua casa, chorando seu pai e sua mãe durante um mês” (Deuteronômio 21:3). Embora muitas das restrições referentes a Shivá sejam mantidas durante o Shloshim, o enlutado começa nesta fase a reintegrar-se na sociedade e reassume, em parte, sua vida normal.
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O que é Yizkor?Yizkor (“Que Ele se lembre”) a um serviço comemorativo dos finados que se realiza na sinagoga quatro vezes por ano: em Yom Kipur, Pessach, Shavuot e Sukot (mais especificamente, Shemini Atzeret). A cerimônia consiste na recitação de preces pelos mortos, a oração “El Malé Rachamim” (“Deus pleno de misericórdia”) que e entoada pelo chazan (o cantor litúrgico) e, em algumas sinagogas, a leitura em voz alta da lista de todos os membros da congregação falecidos durante o ano. Reunindo-nos como coletividade para recordar nossos entes queridos, não só prestamos um tributo aos que partiram, como também reafirmamos o vínculo sagrado e indissolúvel entre os filhos de Israel unidos na alegria e na dor.
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O que é o Kadish?O Kadish é um hino de louvor a Deus. Por ser tradicionalmente recitado nos enterros e nos serviços comemorativos dos finados, ele é popularmente considerado como uma oração pelos mortos. Entretanto, o Kadish não faz nenhuma referência à morte ou ao luto. É puramente uma exaltação a Deus e uma súplica por um mundo de paz. Embora os cabalistas do século XVI atribíissem um caráter místico ao Kadish, alegando que toda vez que ele era recitado, a alma do falecido se elevava a um nível espiritual mais alto, o valor intrínseco do Kadish se relaciona a pessoa que o recita. Há uma expressão pública de fé em Deus por parte do enlutado, uma aceitação da Sua vontade mesmo em face da dor e da tristeza, uma submissão aos desígnios divinos diante da incapacidade de racionalizar uma tragédia pessoal. O Kadish tem sido um dos fatores predominantes da continuidade do povo judeu – um elemento essencial daquele cordão umbilical que vem ligando as gerações judaicas uma a outra através dos tempos.
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Por que se cobrem os espelhos na casa de uma família enlutada?Trata-se de um costume relativamente recente (datando da Idade Média), que pode ser explicado de várias maneiras. Primeiramente, durante a Shivá (a primeira semana de luto), realizam-se diariamente serviços religiosos na casa dos enlutados. A lei judaica proíbe rezar diante de um espelho. Outra razão é que a função básica do espelho relaciona-se diretamente com a vaidade pessoal, e esta contraria o espírito do luto, especialmente durante os primeiros dias, quando o enlutado deve se abster de fazer a barba, cortar o cabelo, enfeitar-se, etc. Finalmente, o espelho reflete a imagem da pessoa somente se ela estiver fisicamente presente diante dele. Ao cobrirmos os espelhos na casa dos enlutados, demonstramos simbolicamente que mesmo sem a presença física daquele ente querido que partiu, sua imagem continua real e viva. Longe dos olhos, não longe do coração.