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Foto do escritorDr. Rogério Palmeira

A Shoah em Graphic Novel: Maus, por Art Spiegelman

Simon Wiesenthal, talvez o mais famoso caçador de nazistas, tinha como lema para sua missão de prender todos os criminosos de guerra, o “Eu não me esqueci de você”, em referência à lembrança de todos aqueles que perdeu na Shoah; esquecê-los seria uma traição à memória de todos aqueles que pereceram naquele pesadelo real.

Em sua graphic novel ‘Maus” ( rato, em alemão), o cartunista judeu-americano Art Spiegelman, filho de sobreviventes da Shoah, cumpre à sua maneira, a tarefa também assumida por Wiesenthal: não esquecer e não deixar esquecer a tragédia que destruiu quase todos os judeus europeus e outras minorias.


Crédito: Arquivo pessoal de Roberto Camara Jr. Edição dupla em inglês comprada no Yad VaShem em Jerusalém, durante visita com a tropa de treinamento básico da Tzavá em abril de 1997.


Em Maus, os judeus são retratados nos quadrinhos, como ratos, os alemães como gatos e os poloneses como porcos, numa fábula magistral, em muito inspirada nas vivências de seu pai e que revolucionou o modo como este período foi relatado, tendo sido a primeira obra do gênero de quadrinhos a vencer o prestigioso Prêmio Pulitzer. Utilizando-se da técnica narrativa de alternância de épocas, Maus retrata o presente do personagem Vladek, inspirado no pai de Art Spiegelman, em 1978 e o seu passado, entre os anos de 1930-1945, retratando os acontecimentos que seu pai viveu em um campo de concentração. Através de sua arte, Maus retrata como tal evento só foi possível pela total despersonalização das vítimas e pela absoluta indiferença dos seus algozes, emprestando assim voz às milhões de vozes silenciadas para sempre, além do seu potencial educativo, para o público de todas as idades. A escolha de judeus como ratos na história, não foi por acaso já que com muita frequência a propaganda antissemita caracterizava os judeus como ratos, entretanto como nos parece absurdo pensar em judeus como ratos, os alemães como gatos e os poloneses como porcos, não menos absurdo, porém real, foi o modo como diversas etnias, principalmente judeus e ciganos, foram tratados como sub-humanos, por esta ideologia perversa. Ao Celebramos o Dia Internacional de Lembrança às Vítimas do Holocausto, neste 27 de janeiro, que Maus nos remeta aos mais elevados valores judaicos de Promoção da Paz e Fraternidade entre os povos, com a responsabilidade de nunca mais permitir que a Shoah se repita e dizer ao mundo que não nos esquecemos.



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