Há algumas semanas, em outro artigo, mencionamos a criação de novas profissões e extinções de outras. Esse processo é natural e está diretamente ligado aos aspectos tecnológicos do momento. Todos sabemos também que nunca houve na história humana tamanha rapidez na evolução tecnológica e muitas lacunas na formação de novos profissionais apareceram, tanto em número quanto em qualificações suficientes para preencher os postos de trabalho abertos.
A escassez de profissionais qualificados nas áreas técnicas ligadas à indústria, ou à computação em geral é mundial e a demanda chega a números impressionantes de alguns milhões. Uma vez que a formação de novos profissionais devidamente qualificados não se faz do dia para a noite, algumas indústrias recorrem a expedientes inovadores, como o aluguel de robôs, para não parar.
De acordo com a revista Forbes do mês de agosto de 2021, pequenas e médias empresas americanas que nunca teriam condições financeiras para aquisição de robôs podem agora optar por aluga-los. Esse novo e rentável modelo de negócios é uma resposta do “Vale do Silício” à escassez de mão de obra, que juntamente com investidores de risco proporcionam a instalação e manutenção dos robôs, tornando-os acessíveis a essas empresas.
Indústrias americanas familiares (algumas seculares) estão instalando os equipamentos e vislumbram com otimismo o custo final de um robô em torno de US$ 10 por hora, contra US$ 20 por hora de um operário humano.
Outras, como a Westec Plastics, instalou seu primeiro robô em janeiro de 2020 e agora possui três, ao custo de US$ 3750 mensais de aluguel cada no primeiro ano e US$ 2100 mensais por cada a partir do segundo ano. De acordo com a Presidente da empresa, a economia em custos trabalhistas chega a US$ 60.000 ano, pois os salários em geral subiram, exatamente pela falta de mão de obra. Ainda assim, a empresa conta com 102 funcionários, cujas funções não podem ser substituídas por robôs.
Não há uma conclusão final sobre esse cenário, apenas algumas certezas; o mercado sempre encontra meios de se ajustar face aos desequilíbrios e a mão de obra humana sempre será necessária, desde que adequada às novas realidades.
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