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Diferente do Brasil, o Dia dos Namorados ocorre em muitos países no dia 14 de fevereiro, o dia de São Valentim. Se trata de um santo católico menor e pouco falado, mas associado a ideia de amor romântico. Essa é uma ideia, que começa no final da Idade Média e Início da idade moderna sempre me atraiu principalmente nas artes. O amor romântico não ficou preso ao Romantismo (movimento artístico, político e filosófico, mas sobretudo artístico do final do século XVIII e começo do século XIX). Como eu disse, ele surge no final da Idade Médica, mas perdura até hoje. Só basta reparar há quanto tempo músicas, filmes, livros, pinturas e esculturas retratam modalidades diferentes sobre o amor e suas variadas facetas. Até hoje amar loucamente ou sofrer desesperadamente por alguém é o tema de grande parte da produção musical e não tem esse que nunca sofreu por amor ao ouvir aquela canção que vem certeira no seu coração.
No Brasil, a data do dia dos namorados é dia 12 de junho por conta de outro santo, Santo Antônio. Aqui esse santo tem popularidade notória, principalmente no Nordeste, por ser o santo casamenteiro. Por conta disso eu decidi focar esse texto nas músicas românticas internacionais e deixar pra falar das nacionais no momento adequado (diga-se de passagem, que é um dos meus temas favoritos).
Em minha visão, a “música brega” é algo que transcende gêneros musicais e tampouco demarcações geográficas. O Brega, muitas vezes tido como cafona e ultrapassado, só se baseia em amar e sofrer. E para essa lista, eu fiz uma mistura daquelas coletâneas em DVD chamadas de “Flashback” e com clássicos que tocavam na rádio Antena Um.
1 - Roy Orbison – In Dreams
Roy Orbison é um dos meus cantores favoritos e escuto quase todos os dias. Essa música, em particular, é a que mais gosto dele e sempre canto com meus amigos. Certa vez um amigo muito fã de Elvis e Rockabilly disse que ao perguntarem pra Elvis como era ter a voz perfeita e ele teria respondido “pergunte para Roy Orbison. De fato, Orbison era dotado de uma voz poderosa que ia de um baixo grava até um alto agudo com maestria. Seu charme era de um Rocker/Grease/Rockabilly 50s-60s com um topete, jaqueta de couro, bota e óculos escuro. Sempre de óculos escuros, poucos sabem que Orbison era quase cego e inicialmente usava óculos estilo Buddy Holly com lentes muito grossas. Ao que parece, Roy Orbison deveria ser um cara muito gente boa, pois tinha um leque grande de amigos de peso, como seu vizinho Johnny Cash. Em 1988 ele grava o show Roy Orbison and Friends: A Black and White Night com a banda de Elvis Presley entre 1969-1977, além Bruce Springsteen, Tom Waits, Elvis Costello, Jackson Browne, J.D. Souther, Steven Soles, K.D. Lang, Jennifer Warnes e Bonnie Raitt. Na plateia do show tenha David Lynch, Billy Idol, Patrick Swayze, Billy Bob Thornton, Sanda Bernhard e Kris Kristofferson. David Lynch usa essa mesma música em seu filme “Veludo Azul” de 1987. Em 1988 Roy Orbison se junta a Bob Dylan, Jeff Lyne, Tom Petty e George Harrison montando o super grupo Traveling Wilburys.
Roy Orbison começa a se apresentar em 1953. Em 1955 já era amigo de Elvis e Johnny Cash. Em 1956 estoura seu primeiro sucesso “Ooby Dooby”. Em 1958 ele faz “Claudette” em homenagem a sua primeira esposa e regravada pelo famoso grupo Erverly Brothers. Em 1960 Elvis e Erverly Brothers rejeitaram “Only the lonely” que acabou sendo um de seus maiores sucessos chegando aos topos das paradas britânicas e quase ao topo do EUA. Eu particularmente acho que suas músicas, cuja maioria são românticas, carregam certa proximidade com a seresta que surge aqui muito tempo depois. Orbison sempre conheceu a sofrência para além da música, em 1966 sua esposa Claudette morre em acidente de moto e dois de seus três filhos com Claudette morrem num incêndio em 1968.
2 - Ricky Nelson – Lonesome Town
Ricky Nelson, assim como Roy Orbison, era um jovem texano amante da música desde pequeno. E estourou nos anos 50s tanto na música quando no cinema por seu estilo Rock and Roll, Rockabilly e Country. Uma das curiosidades que mais gosto é o fato dele ter feito alguns filmes de faroeste como “Rio Bravo” de 1959 com Dean Martin e John Wayne. Ele simplesmente atuou ao lado de uma das maiores lendas da música da época e com um dos maiores nomes do cinema de faroeste ao mesmo tempo. Nelson não era só um rosto bonito, mas era um cantor excelente. Sua música “Lonesome Town” é uma das mais belas e tristes canções para “curtir” uma fossa bem deprê. Eu mesmo já sofri um bocadinho enquanto escutava essa música e me imaginava nessa cidade onde os amantes de coração partido se encontra para chorar seus problemas e onde você pode comprar um sonho e pagar com um coração cheio de lágrimas. Ela, além de triste e melancólica, ainda traz consigo um ar meio faroeste.
3 - Elvis Presley – Suspicious Minds
Elvis Presley é o tipo de músico que realmente dispensa apresentações. Se alguém nunca ouviu falar sobre Elvis, essa pessoa não deve está na mesma realidade que nós. Ele foi imortalizado não só pela música, mas pelo cinema e a arte popular em geral. São inúmeras referencias, citações e menções sobre o rei em artes de todo tipo de mídia que podemos imaginar.
Confessor que quando era mais jovem eu tinha um conhecimento relativamente limitado sobre sua obra e achava muito exagerado o título de Rei do Rock. Ainda acho que os fãs acabam atribuindo certa pressão na figura de Elvis que fica até parecendo que ele criou o Rock. Mas sabemos que isso ocorreu uns 10 anos antes de Elvis aparecer na mídia. Porém eu aceitei o seu título de Rei ao acompanhar mais sua carreira, escutar suas músicas, ver seus filmes e assistir seus shows. Elvis, bonitão e talentoso no canto, pode nunca ter composto uma música inteiramente dele ou criado de fato alguma coisa, mas ninguém tinha uma performance como o Rei. Foi vendo seus shows que vi que ele dava um entretenimento de música com canto e dança de uma forma que se pode ver a paixão dele pelo seu trabalho.
Essa música vai além de uma canção de amor que fala sobre o ciúme atrapalhando uma relação de duas pessoas que se amam. Ela sempre foi uma das minhas favoritas do Rei, mas ela ganhou destaque em meu coração após estreitar os laços de amizade com meu amigo Rogério Gagliano. Rogério, que é guitarrista e alma da Ivan Motosserra Surf&Trash, já era um grande fã de Elvis e dessa música em questão. Além de sempre ouvir em festas e encontros casuais, Rogério tocava numa banda de Rockabilly, Psychobilly e Rock and Roll que fazia cover dessa música. Eu sempre fazia minha imitação de Elvis em Las Vegas em 1970. Minha versão da performance do Rei fazia relativo sucesso e confesso já ter me rendido bons frutos entre a plateia. E não querendo parecer algum tipo de cafajeste, essa música sempre esteve ligada há alguns relacionamentos mais sérios meus como uma música “nossa” presente em diversos momentos íntimos. Porém eu também eu já sofri por causa de uma “mente desconfiada”.
4 - Stray Cats – I Won’t Stand In Your Way
Stray Cats é uma das bandas mais importantes de Rockabilly mesmo segundo de uma segunda fase mais “revival” que surgiu nos anos 70s. Se trata de um Rock and Roll mais cru e com mais Country na receita, porém essa segunda fase contem alguns elementos de Punk. Brian Setzer é tido como um dos maiores guitarrista do estilo de todos os tempos. Brian já apareceu nos Simpsons no episódio que Homer vai para um acampamento para ser rockstar e dedicou seus últimos trabalhos para um “revival” de Swing e Big Bands com aquele toque Rock and Roll. Eu considero “I Won’t Satand In Your Way” de 1983 uma das melhores músicas da banda e do gênero. Ela fala sobre um coração partido pela desconfiança e incerteza se sua amada ainda o ama e se manteve fiel.
5 - Johnny Cash – You Are My Sunshine
Se eu fosse ser um desses cantores meio cowboy dos anos 50s e 60s, eu ia acabar sendo Bob Dylan, mas eu queria mesmo era ser Johnny Cash. Johnny Cash, o homem de preto, era um pobre garoto do interior do Arkansas que sonhava em ser cantor enquanto trabalhava desde muito cedo. Tinha que lidar com um pai agressivo e rígido que passava dias fora de casa trabalhando que jogava na sua cara a morte de seu irmão que morreu num acidente de trabalho enquanto Johnny Cash ia pescar. Ele teve muita influência da igreja e da música gospel em seu trabalho, mas logo sentiu o “toque da maldade” ao fazer músicas mais mundanas que falam de curtição e ser um fora da lei. Cash já foi presos algumas vezes por causa de seu comportamento rebelde, mas nunca chegou a cumprir pena. Mas boa parte de seu público eram presidiários que se vinham em músicas cantadas por ele. A obra de Johnny Cash é muito extensa e teve diversas versões de músicas de autores de vários estilos diferentes, mas sempre do jeito do homem de preto. Essa música é de 1939 e já foi regravada por diversos músicos ao longo das décadas, originalmente um Hillbilly-Blue Grass. Ela fala sobre como aquela pessoa amada é seu raio de Sol quando o céu está cinza e que se um dia ela for embora pra amar outra pessoa, que o deixará triste e sozinho.
6 - George Michael – Careless Whisper
Essa música com certeza é um clássico absoluta da música romântica e de dor de cotovelo desde 1984. Marcou época, perdurou ao tempo e voltou a fazer sucesso e até ganhar versão de Funk e Pisada. Quem nunca usou essa música pra criar um clima ou fez uma brincadeira romântica -geralmente perturbando alguém- cantarolando o icônico saxofone de abertura. No fundo, por mais que tenha até um ar mais sensual, é uma música bem triste também. Fala sobre ser uma pessoa insegura que traiu sua companheira e ela vai descobrir, pois ela não é besta.
7 - KC and the Sunshine Band – Please Don’t Go
Fundada em 1973, KC and the Sunshine Band é uma das bandas mais marcantes da época das discotecas, a era Disco. Capitaneada por Harry “KC” Wayne Casey e Richard Finch em Miami, KC and the Sunshine Band sabia equilibrar uma boa dose de música Disco com Funk e R&B. KC e Finch tiveram seu primeiro sucesso com “Rock Your Baby” na voz de George McCrae em 1974. Em 1975 eles lançam seu segundo álbum dois grandes sucessos memoráveis, “Get Down Tonight” e “That’s the Way (I Like It)”. Em 1976 lançam o álbum “Part 3” com mais três grandes sucessos, “I’m Your Boogie Man”, “(Shake, Shake, Shake) Shake Your Booty” e “Keep It Comin’ Love” (Lembra dessa música no programa de Amaury Jr?). m 1978 o sucesso Boogie Shoes fez parte da trilha sonora do filme mais marcante da Era Disco, “Os Embalos de Sábado a Noite”. Diferente da maioria de seus sucessos, “Please Don’t Go” é uma balada romântica em que a pessoa declara seu amor e implora para que esse amor não se vá.
8 - The Players – Baby, Come Back
A verdade que The Players não foi uma banda tão importante assim, mas lançou um EP de estreia que entrou pra história da música. Era uma espécie de Soft Rock com R&B e Disco que gruda na cabeça e o ritmo acalenta o coração. Não fizeram nada demais em sua obra no geral, mas foram perfeitos no seu primeiro Single “Baby, Come Back” de 1977. Essa música nada mais é que uma linda forma de uma pessoa implorar pelo amor de outra pessoa e que volte logo, pois essa pessoa não consegue parar de pensar loucamente na outra. Isso pode até ser bonito pros românticos, mas o ideal seria essa pessoa se valorizar mais.
09 - Eagles – New Kid In Town
Eagles é o tipo de banda que fica estigmatizada por um grande sucesso. No seu caso, “Hotel California”. Mas eu os defendo dessa injustiça. Eles tiveram outros sucessos que apareceram em filmes e séries como a própria “New Kid In Town” ou “Peaceful Easy Feeling”. Tudo bem que o não foram nem de longe tão famosas quando “Hotel Califormina”, mas conseguiram se estabelecer na música por muito tempo. Eles eram bons músicos e trabalhavam numa certa zona de conforto entre o Country Rock, Sorf Rock e Hard Rock com um pouco de Folk. Essa música sempre teve um valor sentimental pra mim e ganhou muito mais após um episódio em que chego em casa e meu irmão estava bebendo minha garrafa de Jack Daniel’s e vendo fotos da ex. Eu aceitei que seria um tanto antiético de minha parte tentar impedir, mas também não queria ficar sem uísque. Então eu sentei junto com ele e, quando coloquei essa música, ele começou a chorar.
10 - Kiss – Hard Luck Woman
Kiss é uma famosíssima banda de Hard-Glam Rock e Heavy Metal formada em 1973 que já flertou com outros gêneros como a música Disco no final dos anos 70s. Pra quem não sabe, os principais integrantes da banda, Gene Simons (baixo e vocal) e Paul Stanley (guitarra e vocal) são judeus. Gene Simons nasceu em Israel de uma mãe sobrevivente do Holocausto. O pai de Simons abandonou sua família e sua mãe só tinha ele de familiar, o que fez Simons nunca se envolver com nenhum tipo de droga lícita ou ilícita. Porém Simons, que aprendeu inglês com música e filmes e é considerado o maior “pegador” do Rock, sempre teve uma visão bem comercial e empresarial da banda, chegando a escrever livros sobre o tema. Kiss é uma banda bastante popular e presente em diversas mídias. Foram filmes, séries, desenhos, jogos, quadrinhos e músicas de sucesso para conquistar o público. Essa música, “Hard Luck Woman”, foi escrita por Stanley originalmente para Rod Stewart num estilo mais Folk com balada de Soft Rock sendo gravada de forma acústica. Essa música em especial é cantada pelo primeiro baterista do Kiss, Peter Criss. A música fala sobre se lamentar e dizer adeus à uma mulher que ama, à uma mulher sem sorte que um dia vai encontrar o homem certo. Eu acho Kiss uma banda divertida e acho essa música bem diferente do geral. Talvez seja esse o motivo que a tenha como minha música favorita deles.
11 - Bobby Womack – If You Think You’re Lonely Now
Bobby Womack é um dos maiores representantes do que eu quero mostrar hoje, romantismo e sofrimento, mas também algo envolvente que alegra. Nem sempre se vive só de sofrer ou fazer os outros sofrerem por amor. Muitas vezes a música fala de momentos felizes ou até turbulências que são superadas. Womack começou no gospel como muitos músicos negros dos EUA. Ainda nos anos 50s teve uma banda de Doo-Wop, R&B-Soul e Rock and Roll com Sam Cooke na guitarra, a banda se chamava The Valentinos (sugestivo?). Além dos gêneros já citados, Womack se enveredava pelo Funk, Soul Blues e Jazz em sua carreira solo. Ele, assim como todo esse nicho chamado “Baby Maker”, faz o som perfeito para um momento romântico de amor ou tristeza. Essa música já começa com ele dedicando para todos os amantes do mundo, pois todos precisam ser amados e amar. A música ter um ar triste e sensual ao mesmo tempo. Ele falando e reclamando de um amor que não o trata bem e que um dia deve achar alguém melhor que ele.
12 - Al Green - How Can You Mend a Broken Heart
Al Green tem uma história similar a de Womack, porém com um certo tempero da cultura negra do Sul em seu Soul e que ele próprio chegou a se tornar pastor. Esse é outro que sabe muito bem fazer músicas melancólicas e apaixonantes que server para momentos felizes e tristes. Mas a música que eu escolhi na verdade é uma versão de uma música do Bee Gees lançada um ano antes, em 1971. Mas, caso não esteja enganado, a versão de Al Green acabou tendo um destaque igual ou maior que a original. Eu prefiro muito mais essa versão e acredito que o cinema também, pois está presente em “Gênio Indomável”, “Ataque das Virgens Suicidas”, “Notting Hill” e “O Livro de Eli.”. Essa música é bem fatídica e fala de forma simples e pontual sobre a desilusão amorosa. De como se lembra da juventude e que era uma pessoa realizada que não sabia o que era sofrer. E consertar um coração partido é como tentar impedir o Sol de girar.
13 - Teddy Pendergrass – Love T.K.O.
Teddy Pendergrass também sengue o mesmo estilo que os outros dois já citados. Sua diferença é que começou como baterista antes de se tornar cantor de Harold Melvin & The Blue Notes que misturava R&B com Philly Soul, Doo-Wop e Disco. Era uma banda formada nos anos 50s, mas ele só entrou para os vocals em 70s. A música em questão, “Love T.K.O.” fala sobre lutar contra o amor e perder mais uma vez e ter que deixar quem ama ir embora, mas sempre é uma luta perdida.
14 - The Spinners – Love Don’t Love Nobody
The Spinners pode o mesmo destaque que outros aqui nessa lista, mas certamente merece algum lugar ao Sol por suas músicas que não deixam nada a desejar. Ativa desde 1954, passando pela Motown e Atlantic, eles sempre fizeram aquela mistura gostosa pra nosso amor e sofrimento (como pode reparar, é um pouco difícil desvencilhar o amor da dor). A música está cheia de clichês, mas são aqueles clichês que criam identificação, pois sente que aquilo foi real pra alguém. “Love Don’t Love Nobody” fala das mazelas de se apaixonar por alguém. Uma garota aparece, vai e vem, você alcança o amor, vai se enganar, ela vai embora, você fica só e a dor vem, pois o amor não ama ninguém.
15 - The Stylistics – You Make Me Feel Brand New
The Stylistics é outra banda de R&B e Soul que reúne todos os elementos já mencionados anteriormente. Assim como The Spinners, não obtiveram o destaque merecido, mas também não é uma banda esquecida. Ativos desde 1968, conseguiu emplacar alguns sucessos nos anos 70s como “Yoy Aare Evertything”, “Betcha by Golly Wow!”, “I1m Stone In Love With You”, “Break Up To Make Up” e a própria “You Meke Me Feel Brand New”. Inclusive, se você não lembra da versão original, deve se lembrar da versão do rouvinho com dente de rubi, Simply Red.
16 - Billy Paul – Me And Mrs. Jones
Billy Paul é mais um grande nome da arte de saber amar e saber sofrer. Billy Paul deve uma carreira enorme entre 1959 e 2016. Ele foi um dos maiores nomes do Philly Soul, mas chegou a incorporar jazz e elementos eletrônicos e psicodélicos junto ao Funk e R&B. Sendo bem sincero, pra mim não existe música romântica estrangeira que dentro dessa não oficial categoria de “Baby Maker” (Souls e variações, Blues, R&B, Funk, Disco e gospel tudo mais ou menos misturado de acordo com o artista). São músicas emocionantes e cantadas com paixão e sentimento verdadeiro. Seria uma categoria baseada na música negra estadunidense e assim se marcou. Essa música, “Me And Mrs. Jones” fala sobre se apaixonar por uma mulher casada e, por mais que seja bom, nós sabemos que uma hora dá tudo errado e só resta sofrer por amor.
17 - Roberta Flack – Killing Me Softly
Roberta Flack é um dos grandes nomes da música negra nos EUA. Ela junto a Dianna Ross, Nina Simone, Etta James, Aretha Franklin e Billie Holiday estão entre minhas cantoras estrangeiras favoritas. Roberta Flack começa sua carreira no final de 60s seguindo a mesma linha dos anteriores dessa lista, porém tem um ar um pouco mais Jazz que os anteriores dessa lista. Essa música, “Killing Me Softly”, é puro sofrimento e ao mesmo tempo belíssima. Acredito eu que todos já devem ter ouvido essa música em algum momento da sua vida, mesmo que não lembre o nome dessa.
18 - Lou Rawls – You’ll Never Find Another Love Like Mine
Assim como Barry White, porém mais Soul e menos Disco, Lou Rawls traz seu romantismo numa forma muito mais picante. Mais swingado, menos sofrido, mais dançante, mais “danado”. Em seu maior sucesso, “You’ll Never Find Another Love Like Mine”, ele deixa bem claro que não quer tirar onda, mas que não importa quando tempo ela viva ou procure, nunca achará alguém bom quanto ele o seu amor. Essa música já tocou em diversos filmes e séries chegando ao ponto do próprio Lou Rawls aparece como um médico cantando essa música em um episódio de “Eu, a Patroa e as Crianças” (o episódio é sobre exame de próstata e tudo não passava de uma alucinação do protagonista).
19 - The Manhattans – Kiss And Say Goodbye
Como deve ter ficado claro, o pessoal do Soul da Filadelfia (sendo que é uma banda de Nova Jersey) domina esse ramo romântico e The Manhattans é mais um grande exemplo disso. Eu não quero ficar repetitivo no que vou falar, mas eles são do mesmo estilo que os anteriores, mas com um destaque interessante: Mesmo eles não sendo de Doo-Wop, eles mantem uma estrutura de grupo vocal (vários vocais) bem enquadrada na linha R&B. A música, “Kiss and Say Goodbye”, fala mais uma vez de um amor proibido que foi ótimo enquanto durou, mas a vida obriga a dar um fim.
20 - Etta James – I’d Rather Go Blind
Sem dúvida nenhuma Etta James é um dos maiores nomes da música estadunidense. Seu Soul-R&B tem muito mais Jazz e Blues que os exemplos anteriores. Sua forma de cantar é algo impressionante de tanta emoção. Eu sempre me arrepio ao ver ela toda suada e gritando de forma maravilhosa “I’d Rather Go Blind”. Essa música começa com ela falando que sabia que estava acabado logo quando viu ele conversando com outra e, nesse momento, ela preferia ter ficado cega ao ver aquilo.
21 - Bill Withers – Lean On Me
Bill Withers é aquele tipo de artista que sem sempre se sabe o nome dele quando se solta numa roda de conversa. Mas sempre que se toca uma música dele, como “Lean On Me”, “Ain’t No Sunshine”, “Use Me”, “Just The Two Of Us” e “Lovely Day”. Bill começou sua carreira em 1967 e acabou relativamente cedo em 1985, mas marcou sua época participando de trilhas sonoras de destaque como “O Guarda-Costas”, “Beleza Americana” e “Jerry Maguire”. Ainda fez parcerias com Michael Jackson, Aretha Franklin, Barbra Streisand, Diana Ross, Tom Jones, Paul McCartney, Sting e Mick Jagger. Ele tem um jeito um pouco mais pop e julgo bem adaptável ao que se propõe. Diferente dos anteriores, Bill Withers tem um estilo um pouco mais feliz e esperançoso. Nessa música podemos ver isso, podemos ver que há tristeza e sentimento, mas que tudo pode melhorar e só basta se apoiar nele (Mais uma vez digo que é bonito na música, mas sempre há possibilidade de você conseguir mais problemas quando alguém se apoia demais em você. Mas cada caso é um caso).
22 - Barry White – I’m Gonna Love You Just A Little Bit More, Baby
Barry White é um cara que também dispensa muitas apresentações. Comparados aos demais músicos ligados ao Funk, Soul, R&B e Disco que falei anteriormente, ele com toda certeza seria o mais Disco-Funk e também o mais safado. Barry White canta, mas assim como outros, gosta de fazer aquela introdução declamando. A diferença é que ele não tá com o coração tão partido assim. Nosso Barry White tá querendo curtir numa boa e aproveitar a vida. Ele aprendeu a cantar na igreja quando era criança, mas se desvirtuou na adolescência e foi preso roubando pneus. Então decidiu mudar de vida e se dedicar às mulheres e a música. Ele obteve êxito com ambos os caminhos. É bom dar um tempo na fossa e ouvir algo mais animado sem sair do clima. “I’m Gonna Love You Just A Little Bit More, Baby” deixa suas intenções claras logo na sua introdução.
23 - Charles Bradley – Heartaches & Pain
Charles Bradley definitivamente me conquistou de uma formar excepcional. Foi um amor à primeira vista, ou nesse caso, à primeira “ouvida”. Deveria ser por volta de 2013 quando um amigo colocou “Why Is It So Hard?”, retrato de sua vida, e essa música me tocou profundamente. Logo me tornei fã e comecei a pesquisar a vida e obra esse cantor fantástico. O que mais me encantou foi a forma visceral com que expressava seus sentimentos pela música. Nunca vi artista colocar tanto sentimento e paixão em suas músicas. Charles Bradley foi um grande homem que trabalhou duro a vida inteira sem esquecer seu sonho de ser um cantor de Soul/Funk/R&B. Foi morador de rua, lavou prato e conseguiu ser um grande cantor com um breve sucesso. Desde 1996 ele começou a se apresentar como imitador de James Brown, o padrinho do Soul. Bradley conseguiu visibilidade e o apelido de Black Velvet. Logo, foi descoberto por Gabriel Roth que conseguiu montar uma banda com universitários do ramo da música em 2011 lança seu primeiro álbum “No Time For Dreaming”. Infelizmente Bradley morreu em 2017 perto de fazer um show em São Paulo que eu planejava ir. Sua carreira foi curta, mas sua música será eterna. Mas, para manter o clima, escolherei uma música sobre dor e coração partido, “Harttaches&Pain”.
24 - Billy Joel – Honesty
Billy Joel é um cara que marcou minha vida de uma forma singular. Eu escutei uma música na adolescência, “Uptonw Girl”, e essa, mesmo não sendo das melhores, mas sendo das mais conhecidas, me abriu portas para muitas outras até ouvir a discografia inteira. Meus amigos, mesmo depois de provar sua maestria musical, ainda falam com certa jocosidade sobre eu ser fã. Além de amar essa sonoridade que, mesmo sendo pop, consegue fazer uma boa mistura de Rock com Soul e R&B. Na verdade, Billy Joel, filho de um judeu pianista de Vienna que fugiu do nazismo, sempre carregou consigo sua herança musical de piano erudito, mas ainda se aventurando em ritmos populares. “Honesty” é uma música triste que fala sobre como as pessoas são falsas e as pessoas procuram ternura, mas muitas vezes falta honestidade.
24 - Diana Ross & Lionel Ritche
Essa música eu quis matar dois grandes coelhos com uma única cajadada. A rainha Diana Ross e o magnânimo Marvin Gaye. Diana Ross já era uma cantora consagrada quando entrou em carreira solo após sair das The supremes em 1977. Sendo que já havia lançado trabalhos solos e em parceria desde 1970. Inclusive foi uma pessoa de total importância para Michael Jackson, com quem realizou alguns trabalhos, assim como Lionel Richie e muitos outros. Diana foi por muito tempo o xodó da Motown (pra quem não sabe, Motown foi a maior gravadora de Black Music). E graças a uma voz soprano magnífica e sua presença de palco sem igual. Já Lionel Richie é outra fera do romantismo com seu vocal barítono, habilidade musical e aquele velho peito cheio de amor. Foi a grande cabeça por trás de The Commodores e um dos principais responsáveis por USA for Africa.
25 - Marvin Gaye – Let’s Get It On
Marvin Gaye, outro grande ícone da Motown assim como Diana Ross, era um multi-instumentista e cantor com uma habilidade esplendorosa. Gaye cresceu na igreja em que seu pai era pastor (num culto que misturava ensinamentos judaicos com pentecostalismo) e começou sua carreira como cantor cedo, ainda nos anos 50s seguindo a onda do Doo-Wop até se enveredar por outras nuances da Black Music. Infelizmente Gaye teve sua vida ceifada por seu próprio pai em 1984 após uma discussão familiar no natal em que defendeu sua mãe e acabou levando um tiro. Um artista sem igual com uma sensibilidade única. Não tem esse que não se arrepie com “Let’s Get It On”. Pois, se está tudo bem, vamos deixar rolar.
26 - The Ronettes – Be My Baby
A primeira vez que escutei The Ronettes foi quando eu tinha uns 13 anos e estava descobrindo o cinema assim como a música. Por algum acaso eu assisti “Cominhos Perigosos”, um dos primeiros filmes de Scorsese e que podemos ver que ele ainda estava pegando o jeito, mas não deixa de ser um filme imperdível e levemente confuso sobre amigos e gangsters de uma forma quase inocente. Sinto que houve uma exagerada na trilha sonora, mas “Be My Baby” é a música que mais marcou no filme, ainda no início. Só vim me tocar muito tempo depois que ela também está presente em “Dirty Dancing”. Cofuusões e comparações entre The Ronettes e The Supremes sempre foram comum, mas eu sempre achei Ronettes mais sentimental que Supremes.
27 - The Hollies- The Air That I Breathe
The Hollies foi uma das bandas que cresci ouvindo sem mesmo querer. Meu pai sempre foi daqueles, talvez por ser beatlemaníaco, pró-britânicos na música numa disputa -desnecessária- conta a hegemonia norte-americana. A invasão britânica é forjada essencialmente de música, principalmente negra, dos EUA. Mas, mesmo assim, conseguiu ter características específicas. A forma de um inglês fazer sua música -inspirada na música negra- não melhor ou pior, mas diferente. Numa mistura de psicodelia com Garage Rock e o Power Pop (Yeyeye) surgiu o que alguns chamam de Beat que é um termo genérico para outro termo mais genérico ainda, o rock britânico. Nessa mistura sai uma belíssima canção romântica que é “The Air That I Breathe”. The Hollies podem ter ficado famosos por causa de “He ain’t Heavy, He’s My Brtoher” ou “Don’t Let Me Down”, que virou “Não Me Deixe Aqui No Chão” de Chitãozinho e Xororó ou “No Frio Da Solidão” de Pablo (Pra evidenciar minha concepção de brega que transcende o gênero musical ou a regionalidade, mas se apega ao sentimento mais puro, lindo e difícil que se pode ter), mas nenhuma é tão aguda quanto tudo que eu preciso é ar pra respirar e amar você, mesmo não sendo uma boa ideia.
28 - Laurel Aitken – Its Too Late
Laurel Aitken é um cubano que cresceu na Jamaica e se tornou o equivalente a James Brown para lá. Ele não criou, mas se tornou o maior ícone do Ska mundial. Literalmente sua imagem se tornou a imagem dos Rude Boys (subcultura ligada ao Ska e Reggae que significa delinquente juvenil e ajudou a formar o movimento skinhead). Eu conheci o Ska através de bandas de Ska-Punk pra depois conhecer os clássicos jamaicanos e entender o movimento skinhead, que inicialmente não havia nenhuma ligação com nazismo ou coisa do tipo. Tanto que o padrinho do Ska tem uma música chamada “Skinheads”. Amo de paixão a música jamaicana e acho a melhor ramificação dos ritmos caribenhos. Não tem nada que eu dance mais do que um bom e velho Ska. E para continuar na frequência do amor e do coração partido “It’s Too Late”, pois é muito tarde para dizer “desculpa” para meu coração partido.
29 - Queen – Love of My Life
É difícil procurar palavras para tentar definir ou explicar o que foi o Queen para música. Discutir a habilidade e genialidade desse quarteto, é chover no molhado. Temos um dos maiores vocalistas da história da música como foi Freddy Mercury, um dos guitarristas mais memoráveis do Rock como Brian May, um baterista preciso e que sabia ser um bom cantor quando precisava como Roger Taylor e um baixista correto e seguro como John Deacon. É dispensável ficar relembrando todos os grandes sucessos do Queen, pois realmente foram muitos. Se for pra falar de amor, antes de falar da música que escolhi, poderia falar de outras. Lembro quando quase chorei emocionado assistindo “Highlander” com “Who Want’s To Live Forever”, pois entendi que o amor vai muito além do tempo e da carne e quem ama de verdade não se importa com pormenores. Ou “I’m Love With My Car” que Roger Taylor escreveu e cantou inspirado no amigo dele que era piloto de corrida e, na música, ele expressa o amor de seu amigo por carros, motores e velocidade. “Love Of My Life”, que não necessita de explicações sobre a música em si, foi gravada em 1975, mas ganhou uma importância maior em 2003. Nesse ano, na missão espacial Columbia, o Astronauta Israelense Illan Ramon dedicou essa música para sua esposa assim que o ônibus espacial ia entrar na órbita terrestre, porém a nave explodiu pouco depois. Mas o momento foi eternizado.
30 - The Police – Every Breath You Take
The Police me lembra duas coisas: A primeira é que eu e muita gente não consegue entender boa parte do que Sting canta quando ele se empolga. E a outra é eu ouvindo justamente essa música quando era bem jovem. Eu conheci “Every Breath You Take” através de uma coletânea do meu pai quando tinha entre 6 e 7 anos. Depois fui conhecendo mais músicas por causa da minha mãe que tinha uma espécie de paixão em Sting. Via claramente uma influência jamaicana nas suas músicas que só depois fui entender que era a influência da segunda fase do Ska, o Ska Two Tone, que é sua variação britânica com certas influências do Punk e Rock e, muitas vezes, juntando um vocal negro jamaicano com um branco britânico. E, já que de certa forma a música fala de filmes, acho interessante ressaltar que Sting, que hoje tá mais para militante pró Amazonia do que pra música (não é uma crítica) também tem uma interessante carreira de ator. Fez um dos papeis principais de “Quadrophenia” baseado na Opera Rock homônima do The Who, como também em “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes”. Entretanto eu acho importante ressaltar que, por mais que a música seja bonita de se escutar, o comportamento de Sting na música é completamente louco e obsessivo, sendo muito possivelmente passível de uma medida cautelar.
31 - Neil Diamond- I Am... I Said
Também conhecido como Elvis judeu, Neil Diamond conseguiu um destaque mais singelo, mas ainda assim, marcante. Neil Diamond já teve suas músicas e até ele mesmo representados em diversos filmes como “Mulher Infernal” e “Amor em Jogo” (tudo bem, nenhum dos filmes são bons, mas houveram outros também não tão bons quanto). Vou ser sincero e dizer que não sou um profundo conhecedor da carreira dele, mas gostei de muita coisa e digo que até hoje não entendi direito o seu apelido, pois o acho bem diferente de Elvis. Neil Diamond tá mais pra uma mistura de Soft Rock com Country Folk. Porém a grande verdade sobre colocar essa música na lista, entre tantas músicas que eu queria colocar, é o fato de ter conhecido primeiro a versão da cantora brasileira Diana que se tornou “Por que Brigamos” (mostrando mais uma vez o poder do Brega).
32 - Elton John – Sacriface
Sir. Elton John, nosso querido e amado Rocketman, já se consagrou há muito tempo. Inclusive, a primeira vez que chorei ouvindo uma música e coincidentemente foi a primeira música em inglês que decorei a letra, foi justamente Elton John com “Skyline Pigeons” (música que cantava em todo Cabaré do Ivan com Paulinho de Nazaré, O Cantor Mascarado). Elton John, da mesma forma que Billy Joel (eles têm tanto em comum que até gravaram um disco juntos... menos a parte que Billy Joel foi boxeador), me rendia muitas piadas pelo simples fato de ser fã. Mas todo amigo que parava para escutar comigo, não só admitia que é uma maravilha, como também lembrava que conhecia várias. Mas, entre tantas músicas tristes e românticas, “Sacriface” é a única que realmente dialoga com a nossa realidade. No sentido que se a gente reparar bem a estrutura da música, poderia dizer que se trata de uma “proto-seresta”. Não se trata de uma música revolucionária, mas se trata de uma música que mecanizou uma batida clichê junto com uma letra sofrida e fez em inglês o que depois ficou conhecido como Seresta e depois o que se tornaria o Arrocha.
33 - Righteous Brother – Unchained Melody
Não vou mentir dizendo que conheço a carreira dos Righteous Brother, mas não posso negar como essa música marcou muita gente. Eles foram o que era chamado de Blue Eyes Soul e seu maior sucesso, uma versão “Unchained Melody”, é uma canção apaixonada de amor desesperado querendo seu par de volta o mais rápido possível. Ela ficou imortalizada por conta do filme “Ghost”, filme que aborda um amor além da vida. Como também é tema de um filme homônimo de 1955.
35 - Bee Gees – Too Much Heaven
Na dúvida entre colocar Extreme, Gilbert O’Sullivan, The Waterboys e Air Supply, eu escolho nenhuma das opções e fui no mais profundo clichê, Bee Gees. Eles eram irmãos australianos que começaram sua carreira no fim dos anos 50s. Primeiro faziam um Rock simples, depois enveredaram para uma psicodelia similar ao que os Beatles também incorporaram até chegarem nos anos 70s e se tornarem a maior banda de Disco, dosando uma boa dose de R&B nessa receita. Na época da discoteca, Bee Gees foi responsável por imortalizar um estilo e gênero musical. Suas músicas foram sucessos absolutos e “Os Embalos de Sábado a Noite” é um filme que marcou gerações. Inclusive devo dizer que me marcou de tal fora que atribuo ao personagem Tony Manero, interpretado por John Travolta, como minha maior influência na pista de dança... não que eu seja o melhor exemplo de dançarino.
36 - Bonnie Tyler – It’s A Heatache
Por mais que eu goste muito de Bonnie Tyler, mas a verdade é que ela emplacou grandes sucessos, mas foram poucos. Sucessos de verdade que até hoje onde se tocar anima e traz lembranças, só “Total Eclipse Of The Heart”, “I Need A Hero” e “It’s A Heatache”. Todas falam de mágoas, coração partido e ter alguém para te salvar desse mundo. Mas eu adoro essa música e me traz boas e más lembranças de uma forma agradável.
37 - Ramones - I Won’t Let It Happen
Creio não precisar falar muito sobre minha relação com Ramones e como essa banda é extremamente importante na minha vida. Já coloquei antes em minha apresentação à coluna. Ramones foi uma das primeiras bandas do Punk que tive contato ainda no início da adolescência e mudou minha vida por completo. Muitos lembram por músicas divertidas ou as mais rebeldes, mas é sempre bom frisar que existe um toque meio, sensível e bizarro do jeito que eu gosto nesses garotos desajustados. E entre as baladas, se é que posso chamar todas assim, eu preferi “I Won’t Let It Happen” justamente por trazer um ar esperançoso que tudo vai ficar bem e que não irá deixar algo de ruim acontecer.
38 - Scorpions – Always Somewhere
Scorpions é aquele clássico dos anos 80s junto com Chevette, Mullet e ovo colorido de boteco. Agrada pessoas de faixas etárias diferentes e dá pra brincar de “roqueiro maluco”. Scorpions tem um detalhe que de todas as bandas de Hard Rock/Heavy Metal seria a mais brega. Tanto que quando se fala daquela coletânea do fim dos anos 90s, “Love Metal”, “Still Loving You” é a primeira que vem à cabeça. Se não for essa, será “Wind Of Change” (foi com esse clipe que descobri que eles eram alemães). Tem até “Rock You Like A Hurricane” pra mostrar o lado revoltado deles, mas todos só lembram pelas músicas de amor sofrido. Essa, “Always Somewhere”, é a mais bonita deles, em minha opinião. Fala sobre um amor distante que não tem como esquecer e onde estiver, irá lembrar, mas que irá voltar pra amar outra vez. Fico pensando se ele está a falar de um amor que transcende a morte (isso Asas Livres também já falou).
39 - Iron Maiden – Wasting Love
Mesmo sendo um Headbanger desde adolescente e tendo o Metal como um de meus gêneros favoritos, nunca fui muito fã de Iron Maiden. Muito do que é classificado com Heavy Metal, de fato, eu acho meio chato. Dentre a extensa discografia, consigo achar várias músicas que gosto, mas só consigo gostar de verdade dos dois primeiros álbuns ainda com o primeiro vocalista, Paul Di’Anno. Mas essa foi uma das primeiras músicas que ouvi deles. Meu irmão que me mostrou quando eu ainda era criança por um VHS cheio de clips. Foi uma música que me tocou e o vídeo também me cativou. Uma música que fala sobre tempo e sentimento desperdiçado sendo que seria melhor continuar sozinho. Enquanto isso você vê um homem em agonia cheio de tatuagens com nomes de mulheres.
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