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Foto do escritorEsther Gomes

Comentário Parashá Beshalách




A parashá desta semana nos traz o momento em que o nosso povo se libertou do Egito. Mostra como devemos, sim, ter esperanças nas ações de Hashem – como é mostrado com a coluna de fogo que atrasou os egípcios e a abertura do Mar Vermelho –, mas também como devemos ter iniciativa para que haja mudança em um estado que nos é nocivo. Segundo o Midrash, D-us disse a Moisés que “existem circunstâncias para orar e outras para agir”, e é entre essas duas circunstâncias que a parashá segue, em momentos em que a força divina foi necessária para a conquista da liberdade e outros nos quais era necessária ações humanas para a nossa sobrevivência como povo. 


No entanto, penso que o que mais me chamou a atenção foram as cantigas de libertação que o nosso povo cantou, louvores e cânticos de alegria que estão presente em nossa cultura até os dias atuais. Cantamos com a mesma emoção que nosso ancestrais cantaram a cada desafio superado, a cada vez que sobrevivemos às inúmeras perseguições ao longo da história, em momentos de paz e de angústia entoamos nossas vozes pois, penso eu, é uma das formas com a qual mais nos aproximamos de nossos antepassados e do Eterno. A performance aflora a espiritualidade e nos torna uno. Quando cantamos o Alênu aqui, sabemos que outros também cantam nos mais remotos cantos do mundo. 


O povo cantou com o alívio e alegria de que os anos de sofrimento no Egito haviam, finalmente, se encerrado. Se somos luz em períodos de trevas, nosso brilho é ainda maior quando há paz. Mas devemos lembrar que apesar da extrema alegria e alívio de nosso povo, muitas vidas foram perdidas, tanto do povo de Israel que permaneceu nas terras do Faraó quanto do povo do Egito. Quando os anjos tentam entoar hinos de vitória, o Eterno os repreende, e diz “As obras de Minhas mãos se afogam no mar, e vós elevais a Mim cânticos?” A vida, a matéria que dá forma aos cânticos, é um bem compartilhado entre o nosso e diversos outros povos, a perda dela, o seu ceifamento, deve ser evitada e, quando feita, evidenciada como erro. 


O canto do nosso povo é também a nossa vida. Que possamos, por mais muitas eras cantar junto a outros povos em paz, para que a nossa luz chegue a mais lugares.

Shabat Shalom. 


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