O israelense Amós Oz (1939-2018), foi além de um grande escritor, uma grande figura pública de destaque em Israel, devido ao seu envolvimento pela causa da paz, tendo sido premiado por diversas iniciativas tanto pelo seu ativismo literário quanto político por esta causa.
Neste seu De repente, nas profundezas do bosque (Editora Companhia das Letras, - 144 páginas), Oz traça uma fábula moderna, de uma pequena aldeia, cercada por um bosque e repartida pelas águas cristalinas de um rio, mas em que as crianças desconhecem os animais, mesmo os insetos ou as aves. Este cenário inesperado e misterioso, desperta a curiosidade de duas crianças, que insatisfeitas com as explicações aprendidas resolveram se lançar nas profundezas do bosque e decifrar o enigma.
Esta jornada, contada com o sabor peculiar da literatura de Oz, nos brinda com deslumbramento e assombro, a coragem necessária para travarmos nossas próprias batalhas em direção a superar aquilo que nos aprisiona em ilusão.
Mati e sua amiga Maia (estas são as crianças corajosas), realizam sua viagem, enfrentando os medos e segredos que mantiveram aquela aldeia diferente de tudo o que se espera de um cenário natural e se transformam e ajudam a transformar a percepção do leitor, trazendo claridade de ideias e nos lançando em direção aos nossos preconceitos ocultos. Com o poder das grandes fábulas de todas as eras, este livro se revela uma pequena obra-prima, como mensagem para nossa época, tão universal em seu alcance nas comunicações e tão provinciana em se modo de se comunicar.
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