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Foto do escritorMarcos Wanderley

Iamim Noraim

Os Iamim Noraim (Dias Temíveis ou Dias de Reverência) são um período profundamente significativo no calendário judaico, marcado pela introspecção, arrependimento e renovação espiritual. Começamos com Rosh Hashaná, o Ano Novo Judaico, e culminam em Yom Kipur, o Dia da Expiação. Durante esses dez dias, o povo judeu reflete sobre o ano que passou, buscando retificar seus erros e fortalecer sua conexão com Deus e com os outros.


Rosh Hashaná, o "cabeça do ano", é um dia em que os céus se abrem para o julgamento de toda a humanidade. De acordo com a tradição, H’Shem abre três livros: o dos justos, o dos ímpios e o dos intermediários. Os justos são imediatamente inscritos no Livro da Vida, enquanto os ímpios são inscritos para um destino diferente. No entanto, a maioria das pessoas se encontra no meio-termo, e seus destinos não são selados até Yom Kipur. Este é um chamado para o arrependimento sincero (teshuvá), a oração (tefilá) e a caridade (tzedaká), as três ações que, de acordo com a liturgia judaica, podem "anular o decreto severo".


A liturgia de Rosh Hashaná é caracterizada pelo toque do shofar, o chifre de carneiro, que serve como um chamado de despertar para a alma. O som do shofar lembra o povo judeu de sua responsabilidade de voltar a H’Shem e de viver de acordo com os princípios da Torá. O toque do Shofar é um dos momentos mais solenes e espiritualmente poderosos do ano, evocando tanto o arrependimento quanto a esperança de um ano novo repleto de bênçãos.


Os dez dias entre Rosh Hashaná e Yom Kipur, conhecidos como os Dez Dias de Arrependimento (Aseret Yemei Teshuvá), são uma oportunidade única de transformação pessoal e reconciliação. Durante este tempo, nós buscamos perdão não apenas de H’Shem, mas também de seus semelhantes, pois as ofensas entre seres humanos devem ser resolvidas diretamente.


O ponto alto desse período é Yom Kipur, o Dia da Expiação, considerado o dia mais sagrado do ano judaico. Durante 25 horas, o povo judeu se abstém de comida, bebida e outras necessidades físicas, dedicando-se completamente à oração e à reflexão. A liturgia do dia inclui a Confissão (Vidui) e o Kol Nidrei, um pedido para que todos os votos não cumpridos sejam anulados. O jejum é uma forma de elevar a alma, afastando-se das distrações terrenas e concentrando-se no aspecto espiritual.


Yom Kipur termina com o toque final do shofar, um som que sela o destino de cada pessoa para o próximo ano, marcando o fim desse período sagrado. É um som de esperança e renovação, lembrando a todos que o arrependimento sincero e o compromisso de mudança podem transformar a vida e garantir um novo começo.


O período dos Iamim Noraim é, acima de tudo, um momento de crescimento espiritual, em que cada pessoa é convidada a se aproximar de H’Shem e dos outros, reparando relações e buscando uma vida mais plena e justa.

Shabat Shalom Umevorach

 

Shaná Tová Umetuká

 

Marcos Wanderley

 

Referências:

Zohar

O mais completo guia do Judaismo

O Ser Judeu

O Judaismo vivo

 

 

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