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Foto do escritorIvan Motosserra Pamponet

Motosserra, muito prazer


Ivan “Motosserra” Pamponet” (Montagem de Roberto Camara Jr. sobre foto de arquivo Pessoal)



Quando fiquei incumbido da coluna musical do SIB e-News, me pairou uma enorme dúvida de por onde começar. Não que eu não tivesse temas, bandas e gêneros para abordar ou por medo de não agradar. Mas sim por ficar perdido em meio a tantas opções de se começar a escrever aqui. Dúvidas como se eu deveria ou não me apresentar. Ou se só deveria abordar bandas e artistas judeus ou israelenses. E o mais importante que é por onde deveria começar. Uma lembrança do primeiro Cabalat Shabat com o rabino Uri Lam veio de forma reconfortante e carregava uma certa luz para minhas dúvidas. Ele leu um pequeno texto de apresentação que fez uma referência direta ao clássico do samba de Noel Rosa “Com que Roupa?” que alterou para “com que roupa eu vou para o Shabat que você me convidou?”. Ainda seguindo o texto, ele fez outra referência direta com “Aquele Abraço”, pegando o gancho que Gil ter regravado “Com que Roupa” e pelo fato desse ser baiano. Então eu pensei em me apresentar musicalmente antes de “iniciar os trabalhos”.



[Noel Rosa-Com que Roupa]



Eu sou Ivan Pamponet, mas mais conhecido como Ivan Motosserra. Eu fiz parte do Habonim Dror, mas para aqueles que não se lembram de mim, eu sou aquele cabeludo barbudo estranho que frequenta o Cabalat Shabat e festividades na SIB. Quase sempre vou de cowboy no Purim e falo gesticulando muito, o que rendia algumas piadas quando dava avisos do Dror. Além desses detalhes da vida comunitária, eu sou um apaixonado pesquisador de música e trabalho com produção amadora de eventos musicais. Ajudo na produção de uma banda que leva o meu nome como homenagem brincalhona de amigos e gravei por muitos anos podcasts de música -entre outros temas- que incluía o meu próprio. O RockTrinta, meu podcast de música, chegou a ganhar o prêmio de melhor podcast de música de 2009, o que falo com certo orgulho. Então eu decidi me apresentar mostrando as minhas principais referências sonoras ou minhas bandas e artistas favoritos ou que julgo representar melhor o que falarei. Já citei dois grandes nomes da música brasileira aqui e pretendo seguir essa lista da forma mais plural que vocês possam imaginar.


[Gilberto Gil-Aquele Abraço]



Eu vou começar falando sobre uma banda que é minha favorita desde que eu me entendo por gente. Ainda pequeno, eu assistia repetidamente o musical The Wall baseado na disco homônimo do Pink Floyd. Na época eu achava que Pink Floyd era o nome do cantor que era interpretado por Bob Geldof. Detalhe que Geldof é um irlandês que tem origem judaica e não gosta de Pink Floyd. Outro detalhe é que o nome da banda vem de dois músicos de Blues que inspiraram a banda, Pink Anderson e Floyd Council.


Inicialmente era para ser uma banda de Blues inglesa, porém, principalmente graças ao seu primeiro guitarrista Syd Barret, a banda começou a seguir uma linha mais psicodélica voltada para o Space Rock e Folk. Syd foi progressivamente se perdendo na loucura e David Gilmour entrou para agregar. Gilmour era o único de origem da classe operária e que não tinha pretensão de seguir a carreira de músico, mas era o mais virtuoso. Ao longo dos anos e dos discos, a banda foi tomando formas e influências diferentes e se aproximado do som experimental -até ajudou a desenvolver um “pré-ambiente” para a música eletrônica- e do Rock Progressivo.


Acho incompleto definir essa banda com tamanho grau de complexidade e tantas referências diversas como simplesmente “isso” ou “aquilo”. Gosto de dizer que, assim como outras bandas também, Pink Floyd é Pink Floyd. Seu som é único e não pode ser simplificado por definições rasas. Acho que seria incongruente de minha parte botar a banda já que o seu antigo líder e vocalista, Roger Waters, ser um ferrenho crítico ao Estado de Israel e favorável ao boicote internacional. Então eu colocarei a versão de dois israelenses ortodoxos, os irmãos Arye e Gil Breslev. A música, “Shine On You Crazy Diamond” é do álbum “Wish You Were Here” de 1975. Tanto o álbum quanto a música são reflexões sobre a perda de um amigo (Syd) e como a indústria fonográfica seduz e corrompe o artista. Em sua primeira passagem nos estúdios da Abbey Road, após sete anos repletos de remorsos e preocupações sem contato com seu antigo amigo Syd, ele aparece completamente mudado durante a execução da música. A única coisa que se podia reconhecer, em palavras do baterista Nick Mason, eram “seus grandes olhos como buracos negros no céu”.


[ Breslev Brothers- Shine On You Crazy Diamond ]



Essa música vive no limiar entre um clichê e ser um grande clássico do Rock. Mas eu não poderia deixar de mencionar uma das bandas que mais escuto até hoje e que ainda estão presentes como trilha sonora de meu sonho de ter um Opala SS 1978 ou um Dodge Charger RT 1969. Além disso, os irmãos Mark e David Knopfler são uma união perfeita de elementos que eu particularmente tenho apreço: Eles são filhos de pai judeu de fugiu da Hungria; são escoceses; a fazem uma ótima junção de Country Blues e Rock ‘n’ Roll. Os “monstros sagrados” do Dire Straits são reconhecidos em qualquer lugar e tem músicas emblemáticas para todas as horas. Desde festas e churrascos, até aquela tristeza melancólica. Acho muito difícil alguém não ter ouvido pelo menos uma vez grandes hinos como “Sultans of Swing”. E, diga-se de passagem, Mark Knopfler é um dos guitarristas mais formidáveis que já ouvi e dotado de um jeito próprio de se tocar sem usar palheta e usando alguns conceitos de banjo na guitarra.


[Dire Straits-Sultans of Swing]



Robert Allen Zimmerman ou Shabtai Zissel ou Bob Dylan. São muitos nomes e muitas faces diferentes de um grande artista. De uma forma bem poética esses múltiplos lados foram retratados no filme “Não Estou Lá” que conta a “História de Bob Dylan” por vários personagens diferentes que o representava em épocas e fases também distintas. Um poeta louco, um traidor do movimento folk, um ator confuso, um jovem que anseia ser um grande nome da música como os velhos negros do Blues, o músico ativista político, o velho cowboy aposentado. Todos esses personagens são representações do próprio Bob Dylan e isso fica claro ao analisar toda sua carreira.


Dylan, assim como outros dessa lista, me atraiu pelo jeito único de misturar diversas coisas distintas que eu gosto separadamente. O mesmo sujeito era uma inspiração para os Beatles e para Johnny Cash, assim como várias gerações de músicos. Contribuiu para o Rock, Country, Blues, Folk e outros gêneros. Foi criticado por experimentar, sem preconceito e distinções, elementos musicais diversos. Mas sempre soube superar as críticas com simplicidade e boa música (mesmo com uma voz estranha). Outro período contraditório foi sua fase cristã em que se converteu em 1978 após uma crise pessoal devido ao seu divórcio. Mas voltou a suas raízes judaicas (neto de judeus russos) em 1983. Contudo, essa fase produziu bons discos como Slow Train Coming.


Por ser um grande fã de filmes de faroeste -inclusive Bob Dylan já atuou em alguns- e adorar música Country e Blue Grass, assim como Rockabilly, eu havia pensado em escolher uma música que carrega o mesmo nome do disco e o nome de uma das maiores lendas do Velho Oeste, John Wesley Handing. Mas eu preferi colocar uma música da chamada Nashville Sessions. Foram umas sessões de música na casa de Johnny Cash com participação de Bob Dylan em que eles “se divertiam” e gravavam músicas um do outro. Essa música, originalmente de Johnny Cash, traz um ar de Western de uma forma engraçada devido a Bob Dylan esquecer a letra e os dois acabarem improvisando. Curioso que Johnny Cash esquece a letra de “Pretty Woman” de seu amigo em comum Roy Orbison num show de TV em que os dois cantam juntos. Como também Bob Dylan e Roy Orbison montaram um projeto chamado Traveling Wilburys com George Harrison, Tom Petty e Jeff Lynne.


[Bob Dylan e Johnny Cash- Wanted Man]



O que vou dizer aqui pode conter algumas pequenas polêmicas, mas tentarei me explicar. Eu sou um apaixonado pela música jamaicana e dediquei muito tempo em pesquisar bandas de lá ou de imigrantes. Mas eu confesso que não gosto de Roots Reggae, Raga ou o que o Dub se tornou. Eu sou um grande fã de Ska, Rocksteady, Mento, Calypso e Early Reggae, também chamado de Reggay ou Skinhead Reggae. Outra polêmica também está relacionada a imagem negativa atribuída ao movimento (ou movimentos) Skinhead. Se tratava de um movimento cultural ligado à música e classe operária na Inglaterra do fim dos anos 60s. Era a mistura de trabalhadores negros jamaicanos, muitos pertencente ao movimento Rude Boy jamaicano, com os jovens trabalhadores brancos britânicos, muitos pertencentes ao movimento Mod britânico. Inicialmente era um movimento apolítico ligado a música jamaicana e futebol. No final dos anos 70s, após a explosão do movimento Punk, os skinheads aderem ao chamado Street Punk Oi! e acabam tendo subdivisões mais por causa da política do que pela estética. Tendo grupos apolíticos, de esquerda, anarquista, de direita e nazistas, o que é contraditório já que a origem é jamaicana.


Inicialmente, o Reggae era muito mais próximo do Ska em “animação”, porém seguindo a métrica de tempo do Rocksteady (“baladas” de Ska com Soul e R&B). Eu gosto de dizer que o Ska seria o irmão ou primo jamaicano do Rock, pois eles compartilham de grande parte da mesma herança (Jazz Jump Blues, Blues e Soul-Gospel, mas trocando o Country Blues pelo Mento e Calypso). Ainda não se tinha a “lentidão” e nem o rastafarianismo presentes no Roots Reggae. E interessante que o rastafarianismo utiliza de muitos signos judaicos em sua fé junto com elementos do cristianismo. Se torna mais comum a presença de elementos do Velho Testamento comuns à cultura judaica em bandas de Reggae como falar de Massada, da queda da Babilônia, do leão de Judá, da Terra Santa e Jerusalém, de Israel e Sião, de Moises e outros.


Para manter as coisas em casa, acho que o melhor exemplo seria Amy Winehouse. A sua família tentou dar uma infância mais religiosa para ela, mas ela não gostava muito. Disse que, depois de adulta, só ia na sinagoga em Yom Kipur. Felizmente isso não foi relevante para sua trajetória musical fenomenal. Seu pai gostava muito de música, porém sua avó materna era cantora de Jazz e seu tio materno era músico de Jazz, o que levou a jovem Amy começar a se envolver na música desde cedo. Além de uma forte influência de Jazz, Soul e R&B nítidas em suas músicas, Amy cresceu ouvindo clássicos do Ska jamaicano e do Ska TwoTone (união de negros jamaicanos e brancos ingleses) que eram febres da Inglaterra. Além de tocar em shows, Amy regravou algumas dessas preciosidades jamaicanas como “Monkey Man” de Toot and The Maytals, um dos maiores nomes da música jamaicana. Amy não só executava algumas dessas músicas, mas também fez algumas apresentações e turnês com uma das suas bandas favoritas de Sky TwoTone, The Specials. Creio que Specials seja a banda mais importante do movimento TwoTone e é difícil achar uma música que ache ruim. Mas a música que eu escolhi, “You Wondering Now” ficou muito melhor executada na versão de Amy Winehouse do que a original.


[Amy Winehouse- You Wondering Now]



Outra grande paixão minha é o Funk. Mas não o Funk Carioca, mas o bom e velho Funk aos moldes estadunidenses. A minha década musical favorita é sem dúvidas os anos 70s, mesmo gostando de músicas de décadas e séculos diferentes. Para mim, foi o ápice da música negra e do Rock (que também é música negra em sua origem) e seus “filhos”. O groove e o swing encontrados no Funk, o “filho” mais sensual e agressivo do Soul, são completamente diferentes do encontrado em seu “primo” Disco. Em palavras do próprio rei do Funk e padrinho do Soul, James Brown, o groove não se pode descrever e sim sentir. O Funk pode ser até explicado de forma técnica as suas fórmulas músicas, mas, assim como o verdadeiro Jazz, carrega consigo um caráter de improviso e sentimento para levar a música que fica difícil descrever somente com palavras e jargões.


Além de grandes nomes internacionais como James Brown, Kool & The Gang, The Meters, Tower of Power, Earth Wind & Fire, The Ohio Players, Sly and The Family Stone, B.T. Express, Cameo ou nosso preciosíssimo Tim Maia. Havia também bandas que misturavam outros elementos que só enriqueciam ainda mais essa vasta produção musical como Parliament e Funkadelic, encabeçadas por George Clinton, que são os principais nomes do Funk Psicodélico. Mas eu escolhi uma representação brasileira de peso que, a meu ver, além de fazer um bom trabalho musical, merecia muito mais destaque pela sua obra como um dos percussores do Funk brasileiro que surgiu no fim dos anos 70s reunindo música e dança como formas da mesma expressão cultural. Então a escolha feita foi o grande Gerson King Combo com sua maravilhosa música “Funk Brother Soul”.


[Gerson King Combo – Funk Brother Soul]



Um pouco afastado dos artistas judeus, mas ainda em campo nacional, vou apresentar outra de minhas muitas paixões. Eu cresci ouvindo a chamada “Música Brega” inicialmente não por escolha, mas posteriormente por amor. Não vejo a música brega como um gênero ou ritmo musical. Eu vejo como um espectro que transcende gêneros e ritmos. Qualquer coisa pode ser brega se manter alguns critérios básicos. Pode ser Rock, MPB, Bossa Nova, Era de Ouro da Rádio, Forró, Seresta, Arrocha, Samba ou Chorinho, Sertanejo e até outros. O que separa a música romântica da música brega muitas vezes é mais de caráter social pelo público do quer por questões estéticas consideradas cafonas na música. O brega ainda é um marginal artisticamente falando ao estar preso no romantismo antigo ligado ao “mal do século”, mas mais popular que qualquer MPB. Como o renomado Odair José disse, existe uma diferença entre a música popular brasileira de verdade e a música popular brasileira de Ipanema que é vendida como a música popular brasileira de verdade. Um dos meus cantores favoritos que cresci ouvindo, Nelson Gonçalves, é tido como brega para uns e para outros como um grande nome da MPB. Isso também vale para Fagner que me lembra uma frese que sempre repito para meus amigos “quem nunca viveu ‘Deslizes’ de Fagner, não sabe o que é sofrer por amor. Inclusive, eu fazia todos os anos, algumas vezes por ano, uma festa com a temática de Brega chamada “Cabaré do Ivan” que reunia muitos punks e headbangers unidos pela sofrência.


A fala de Odair José, primeira pessoa a fazer uma Ópera Rock brasileira “Filho de José e Maria, é dita no documentário “Eu vou Rifar meu Coração”, título referente a música de Lindomar Castilho. Esse documentário é brilhante ao mostrar a relação intima que o brega tem com a vida cotidiana de pessoas comuns por todo Brasil. Eu assisti esse documentário na mesma época que li “A História Social do Jazz” de Hobsbawn e isso me fez querer produzir uma obra similar referente ao brega numa abordagem da História Social.


A música que escolho é de uma das minhas intérpretes favoritas e ex-esposa de Odair José, Diana. Ela ficou muito conhecida pela versão de “I am... I Said” (Porque Brigamos) do Elvis Judeu, Neil Diamond. Essa versão brasileira se tornou um clássico brega eternizado que sempre ecoará no coro de pessoas que sentem a emoção que é um coração partido.


[Diana – Porque Brigamos ]



Talvez essa escolha seja a mais “diferenciada” da lista aqui presente. Outra coisa que escuto desde criança é música erudita. Não gosto de chamar de “música clássica”, pois concordo com a crítica de alguns músicos e maestros sobre “Música Clássica” ser relativa a um período específico da música erudita que vai de 1730 até 1820. Ficou mais marcante pelo fato de alguns dos compositores mais famosos como Beethoven e Mozart serem dessa época. Vale lembrar que quando um período acaba e outro começa, não é extato, assim como na História, em geral. Em cada lugar e contexto ocorre de uma forma diferente. Um exemplo disso é a Música Barroca que é anterior a Música Clássica, mas acaba só com a morte de Bach em 1750. Ou a Música Romântica que vai de 1800 até 1920. Inclusive, não sou tão fã de Música Clássica como sou dos estilos anterior e posterior.


Eu cogitei fortemente em escolher Gustav Mahler, compositor checo-austríaco judeu, mas confessor não ser um grande apreciador de seu trabalho, mesmo gostando. Mas lembrei que um dos meus compositores favoritos é um austríaco de origem judia húngara, Johann Strauss II. Inclusive, os nazistas tentaram esconder essa origem judaica do compositor tido como “muito alemão”. Eu o tenho como um dos maiores compositores do período romântico e creio que muita gente também tem essa ideia.


Muitos podem não lembrar de cara quem ele é, mas já ouviu a música dele em algum lugar. Ele escreveu mais de 500 valsas, óperas, balés e polcas durante sua vida. Muitos devem se lembrar de “O Danúbio Azul” imortalizado por diversos filmes e desenhos animados. Mas eu escolhi a minha favorita de todas as tidas “músicas eruditas ocidentais”, a “Kaiser-Walzer” ou “Valsa do Imperador”.


Johann Strauss II – Kaiser-Walzer ]



Tive um contato primário superficial com algumas bandas de Heavy Metal que meu pai escutava como Black Sabbath, Judas Priest, Deep Purple, Scorpions e, se a gente forçar um pouquinho, Led Zeppelin. Porém eu só vim entender o que era Metal mesmo ao conhecer o chamado Metal Extremo quando eu tinha por volta dos meus seis ou sete anos. Conheci o Death e Thrash Metal através do meu irmão, o que meu pai considerava uma abominação musical. Rapidamente ele começou a fazer o trabalho de me mostrar os clássicos palatáveis do Metal. Acabou que fiquei apaixonado por ambos e me tornei um headbanger, um “metaleiro”. Um thrasher pra ser ainda mais específico.


Pensei em falar do Black Sabbath por ser a primeira banda realmente de Metal. Eu nem a considero Heavy Metal, pois acho o som deles, na sua fase inicial com Ozzy Osborne, como um som único. Inclusive citando o fato do baixista Geezer Butler agrediu um fã que fez comentário antissemita. Mas ainda fiquei pensando em escolher alguém “da nossa galera”. Entre tantos, decidi escolher o Anthrax, uma das primeiras bandas de Thrash Metal que se destacava por seu tom menos raivoso e mais brincalhão. Seu líder e guitarrista, Scott Ian, vem de uma família religiosa, assim como outro guitarrista, Dan Spitz, que veio de uma família ortodoxa. Nessa música, “I’m the Man”, eles fazem uma grande crítica satírica ao Metal por não aceitaram direito Rap. A música segue uma métrica de Rap com Punk com um beat orgânico de “Hava Naguila”.


[Anthrax-I’m The Man]



Por mais que eu seja um headbanger, não sou sectário ou purista em relação ao Punk. Na verdade, eu sou completamente favorável a interação entre as músicas e os grupos. E um dos maiores exemplos de Punk - como nosso querido Roberto Camara falou em seu artigo de Chanuká sobre os dois garotos judeus que mudaram o mundo - é o Ramones. Formada em 1974 na parte pobre do Queens em Nova Iorque, os Ramones são tidos como uma das primeiras bandas do gênero, mas só queriam ser como Beatles. Porém, tinham muito ímpeto e esquisitice juntos a uma falta de jeito para música convencional. Ajudaram muita na filosofia do “faça você mesmo” com um jeito simples (e sujo), mas que exige habilidade para executar. Ramones influenciou praticamente todas as bandas de Punk e Hardcore, além de diversos outros gêneros. Em sua formação original, dois dos quatro eram judeus. Joey Ramone (Jeffrey Ross Hyman), o icônico vocalista estranho que ficou até o fim da banda, e Tommy Ramone (Tamás Erdelyi), húngaro que cresceu no Queens e primeiro baterista.


Uma interessante curiosidade é que quando os Ramones fizeram uma de suas primeiras apresentações no mitológico CBGB (celeiro pra diversas bandas alternativas, principalmente Punk), Hilly Kristal, o dono que era judeu, disse que a banda jamais faria sucesso.


A música, “I Wanna Be Your Boyfriend”, composição de Tommy, é uma das minhas músicas favoritas do primeiro álbum. Ela passa o certo tom meigo e simples que mostra como eles queriam, de certa forma, ser.


[Ramnones- I Wanna be Your Boyfriend]


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