O inglês, George Galloway, de longa carreira politica de mais de 30 anos e dos lideres do Partido Trabalhista e também anti Sionista, disse nestes dias:" o regime de Assad caiu e é vitória de Israel. Isto faz a gente pensar se o 7 de outubro foi boa ideia e de quem foi a ideia de iniciar a guerra. Foi uma má ideia, faz pensar de quem partiu a ideia."
Esta é uma boa síntese do que ocorreu após a terrível tragédia surpresa que Israel sofreu com o ataque dos terroristas da organização terrorista Hamas, ao invadir o território israelense e matar, estuprar, decapitar crianças, queimar corpos e levar outros 255 de reféns para Gaza.
O revide das Forças de Defesa de Israel foi forte e com a razão de acabar com o regime terrorista da Hamas. Quem sofreu foi a população de Gaza, Israel e até do Líbano, com a entrada de outra organização terrorista, a Hizballah, proxie do Irã no Líbano.
Esta guerra que oficialmente é chamada em Israel de Espadas de Ferro se prolonga e já está no 15º mês. Os lideres da Hamas Deif, Sinwar e Hanie, foram mortos, bem como o carismático líder da Hizballah, Nasrallah e Israel está em toda a Faixa de Gaza e no sul do Libano. Vendo tudo isto acontecer, os rebeldes sírios do antigo ISIS, isto é, Daesh, que agora se chamam Hiat Tahrir a Shaam, (a organização de Libertação do Levante- i.e. a Síria) do terrorista Abu Muhamed al Julani, voltarem-se contra o regime ditatorial do Bashir Assad. Em poucos dias notou-se que o tigre é de papel. As tropas de Assad foram largando as armas e o Tahrir al Shaam foi conquistando terreno e o poder no país.
Israel se livrou, momentaneamente de 3 ferrenhas ameaças: da Hamas, da Hizballah e do Assad na Síria. Agora os dois principais inimigos do país são o Irã, onde também há certas correntes desgostosos com o regime e a sua proxie, que também age independentemente, os Houthis do Longicuo Iêmen.
A queda do regime do Assad, trouxe à tona o problema dos refugiados sírios que invadiram a Europa durante a guerra civil síria de 2011. Agora, os bondosos europeus que criticam Israel, aprenderam algo e estão dispostos a pagar aos refugiados sírios, para que deixem seus países e voltem a Síria. A Dinamarca oferece 27.000 Euros a cada refugiado que lhe fizer o favor de deixar o país. A Áustria oferece 1.000 Euro. A Bélgica, Inglaterra, Noruega e Suécia, além da Áustria e Dinamarca, suspenderam os processos de dar asilo aos refugiados sírios. Na Alemanha que acolheu o maior numero de refugiados, já em fevereiro começaram grandes protestos contra os refugiados sírios. A Turquia que tem 3.8 milhões de refugiados irmãos muçulmanos, os quer voltando a terra mãe, a Síria.
Na Síria vive uma minoria drusa, muitos deles em vilarejos no sul do país. Quando depararam com os comandantes israelenses vieram com surpreendente mensagem:" queremos ser incorporados ao Estado de Israel. Não concordaremos em viver sob o regime dos rebeldes, dos extremistas sunitas que vemos identificados com Daesh". Os drusos sabem e conhecem o tratamento igualitário que seus irmãos drusos recebem de Israel. Os drusos israelenses servem as Forças de Defesa de Israel, que tem até generais drusos.
O enfraquecimento da Hizballah no Líbano, impediu que seus terroristas ajudassem o regime de Assad. Catorze meses de guerra com Israel foi um grande golpe a Hizballah. Com a queda do regime Assad, a rota de contrabando de armas do Irã, paralisou a organização xiita. O líder da Hizballah, "Allah irhamo" e outros comandantes e mais de 4 mil terroristas foram exterminados. O enfraquecimento da Hizballah terá consequências no Líbano lá durante 20 anos a organização terrorista era jogador central na politica e o Irã que contou com ela para sua influência no Oriente Médio.
Se alguém pensa que os Houthis e o Irã que os aciona contra Israel, é um problema só de Israel, está enganado. O terror Houthi paralisa parcialmente a passagem de navios mercantis pelo Canal de Suez, uma das maiores fontes de renda do Egito. Há pesquisas mostrando que a consequência disso é o aumento de preços nos
transportes do oeste à Américas e a Europa, pois tem que contornar o continente africano. Como exemplo, o percurso naval de Bombei (atual Mombei) a Londres aumentou de 11.619 km através do Canal de Suez, para 19.755 km.
A abertura do Canal de Suez em 1869 aumentou o comércio internacional em 72% e baixou os custos do transporte. Desde os ataques dos Huthis no Estreito de Bab al Mandeb, o número de navios que atravessam o Canal de Suez foi reduzido em 57% e dos navios que cruzam o Cabo de Boa Esperança na África do Sul, subiu em 89%. (*) o circulo em vermelho mostra a localização de Bab al Mandeb, que em árabe significa "a porta das lágrimas, ou a porta da dor", pois sua localização estratégica entre o Oceano Indico e a entrada para o Estreito do Mar Vermelho e o Canal de Suez, tem apenas 30 km. e sempre foi violado por piratas.
A guerra ainda não terminou, mas parece que está se formando um novo Oriente Médio. A força armada da Hamas está derrotada. A força armada da Hizballah está severamente enfraquecida e pode surgir um novo Líbano que seja mais amigável com Israel. Só tem a lucrar. O cineasta libanês Youssef El Khouri disse que Israel não é inimiga do Líbano. A Síria já não é mais da dinastia de mais de 50 anos da família. Isto não significa que o novo regime seja mais amigável a Israel. A Rússia perdeu seus 2únicos portos estratégicos do Mar Mediterrâneo, em Tartus e Latakia na Síria. O Irã perdeu o aliado sírio e as proxies da Hizballah e da Hamas.
Vendo tudo isto acontecer, é possível que a Arabia Saudita reinicie com mais vigor os contatos com o Estado Judeu, depois que viu também que as relações diplomáticas e econômicas com os Emirados Árabe Unidas trouxeram beneficio a ambas as partes. No Iêmen, os rebeldes houtis, que agora lançam misseis para o território israelense, sentiram e sentirão o braço de ferro israelense. Ai o governo que perdeu o poder, poderá se levantar contra os houtis rebeldes e retomar o poder. O Irã dos clericos xiitas radicais que estão no poder desde 1979, poderão sofrer rebeldias de grandes porções do povo que estão desgostosos com a situação do país, que de riqueza petrolífera, sofre de certos embargos e dedica grandes verbas para manter suas proxies e não a sua própria população.
O ataque da Hamas e a chacina que fez em Israel, que custou num dia 1.200 vítimas e desde então com a guerra o número de baixas entre civis e militares chega a 2.000 e cerca de 14.000 feridos é um preço muito alto. Mas, nem o Sinwar e ninguém poderia prever que sua ação poderia mudar tanto o cenário do Oriente Médio. Sinwar também diria o que disse Nasrallah depois que atacou Israel e gerou a 2ª guerra do Líbano:" se soubesse que isto aconteceria, não teria feito a ação da Hizballah".
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