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Foto do escritorDr. Rogério Palmeira

Parashat Pinchas

(Bamidbar\ Números 25:10-30:01)

Imagem criada por Roberto Camara Jr. para este comentário


Após os eventos relatados na Parashá Balak, quando Pinchas Ben Eleazar, neto de Aron, mata um casal israelita-midianita por terem relações íntimas em frente ao Mishkan, o texto nos informa que após esse aparente ato zeloso, ele recebe de D´us um “Brit Shalom”, uma Aliança de Paz.

Essa conexão de uma aliança de Paz, após um ato violento sempre me intrigou. Rashi (França, 1040-1105) interpreta como um ato de gratidão divina ao ato de Pinchas. Já Sforno (Itália, 1475-1550) relata que este pacto de paz é entre Pinchas e o Anjo da Morte, por isso ele foi o que mais tempo sobreviveu em sua geração.


Entretanto no rolo da Torah, o ל (Lamed) da palavra Shalom, apresenta uma chanfradura, um pequeno entalhe. Lembrando que a palavra Shalom (שָׁלוֹם) além de paz, transmite a ideia de paz, harmonia, integridade, prosperidade, bem-estar e tranquilidade, portanto de completo. Muitos de nossos sábios apontam que nenhuma Paz é completa quando advém de atos violentos, nesse sentido penso que a palavra teria aqui mais o sentido de armistício, após um conflito. Esse sentido ganha ainda mais força, quando percebemos o quanto do excesso de zelo religioso, provocou à própria história judaica, vítimas de inquisição em tempos medievais e o quanto de ataques de extremistas religiosos, manipulados por líderes políticos inescrupulosos, tem feito ao redor do mundo. A marca no (ל) nos lembra a importância de que busquemos a paz, mas a paz completa.


O Talmud, Gittin 59b, nos ensina que “a Torá é para o bem dos caminhos de Shalom”, assim Maimônides (Espanha e Egito, 1138-1204) comenta em sua obra Mishnê Torá: "Grande é a paz, pois toda a Torá foi dada para promover a paz no mundo, como está declarado, 'Seus caminhos são caminhos agradáveis e todos os seus caminhos são paz'".


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