“Juízes e polícias designarás para ti em todas as tuas cidades e julgarão o povo com reto juízo. Não torcerás o juízo, não farás distinção de pessoas e não tomarás suborno, porque o suborno cega os olhos dos sábios e subverte as palavras justas. A justiça, e somente a justiça, seguirás”.
Imagem de Mohamed Hassan por Pixabay
A justiça e a bondade, constituem a essência dos ensinamentos da Torá. E essas virtudes caminham de mãos dadas. Não existe bondade sem justiça. Não existe justiça sem bondade. A Parashá Shoftim desnuda algumas das maiores imperfeições do ser humano. E nos mostra o comportamento que todos devemos seguir, em busca da evolução pessoal e coletiva. Em um cenário ideal – quem sabe no mundo vindouro – não precisaríamos nem de polícias, nem de juízes, porque só praticaríamos o bem. Mas os nossos desejos e ambições nos levam a cometer muitos erros. A começar pela deferência ou pela indiferença em relação às pessoas, a depender de interesses e posições sociais. Frequentemente distinguimos pelo ter e não pelo ser, sem sequer nos darmos conta. Por isso a Torá recomenda – em especial a quem está investido do poder e da responsabilidade de julgar – que não façamos distinção entre as pessoas. Que prevaleça o julgamento do ato e não de quem o cometeu.
“Não tomarás suborno, porque o suborno cega os olhos dos sábios e subverte as palavras justas”. Com que delicadeza e profundidade a Torá define tão abominável e cotidiano comportamento! Quantas injustiças são cometidas quando o ego – ou o bolso – são acariciados!
“A justiça, e somente a justiça seguirás”. O certo é o certo, sempre. Não há meio termo. Em nosso íntimo, sabemos o que nos faz bem e, do contrário, o que nos traria vergonha e arrependimento se exposto à luz do dia. Não há nada mais digno do que deitarmos à noite com o coração tranquilo e a consciência leve diante de Deus. Que assim sejam todos os dias de nossas vidas!
Shabat Shalom!
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