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Parashat Vayelech

(E ele) foi


Por Marcos Wanderley

Sidrá 52ª da Torá; 9ª do Sefer Devarim. Entre pessukim 31:1 e 31:30.

Haftará em Isaías 55:6- 56:8.


>>>Imagem: Moises<<<<

Imagem de Steve Bidmead por Pixabay


É o fim da vida do grande líder Moshê. Ele quer se despedir de seu amado e cansativo povo, por isso vai de tenda em tenda, por todo o acampamento, cumprimentando a cada um, enchendo seus espíritos de amor pela Torá, com força para cumprir suas mitsvot.


Moshê assegura-lhes que mesmo que ele não esteja pessoalmente lá, não é isso que importa, já que H'Shem estará sempre no meio deles, travando suas batalhas, carregando seus fardos.

Então, diante de toda a congregação, ele encoraja Josué com palavras sábias, a ser forte e corajoso em seu trabalho pesado como líder do povo de Israel.


A penúltima mitzvá da Torá é que nos dias intermediários de Sucot, todo o povo de Israel deve se reunir (mitzvá de Hakel) no Templo para ouvir o rei ler todo o livro de Moshê, o livro de Devarim.

A última mitzvá da Torá, encontrada nesta parashá, é escrever para si mesmo uma cópia do rolo da Torá.


Josué é chamado a permanecer no Mishkán, onde H' agora se encarregará de instruí-lo.

H'Shem permite que Moshê e Josué vislumbrem qual será o comportamento usual de Israel em sua Terra, como eles perverterão o caminho de H' e seguirão outros deuses. Para o qual o castigo divino será terrível, chegando até a 'ocultação do rosto' de H'Shem. Nesse ponto, parecerá que Israel está à mercê perfeita de seus muitos inimigos poderosos.


H'Shem impõe a ambos os líderes que deixem por escrito a canção (parashá Haazinu) que servirá de testemunho assim que o povo pecar. Será escrito e então deve ser ensinado aos Filhos de Israel.

Moshê completa a escrita do rolo original da Torá e ordena aos Leviim que carregam os objetos sagrados para colocá-lo próximo ao Aron HaBerit (Arca da Aliança) e servir como um testemunho fiel.

Ele sabe que o povo é fraco e que em breve pecará novamente, e quer deixar vivo este fabuloso monumento para que todas as gerações de Israel vivam dentro da Verdade.

Esta parashá talvez seja autoexplicativa. Estamos nos Iamim Noraim (literalmente significa: “Dias Temíveis”) Não podemos titubear, pois estamos num período de muita reflexão sobre os nossos atos, afinal devemos renovar um novo ciclo de atitudes. Por isso, neste período, devemos fazer Teshuvá (retorno, arrependimento). Este Shabat pode ser chamado de Shabat Shuvá (Retorno) porque é lida justamente a Haftará em que há um trecho que começa com “Shuvá Israel”; ou Shabat Teshuvá (Arrependimento) – são dez dias de arrependimento entre Rosh HaShaná e Yom Kipur. Aparentemente, nós alcançamos o ápice espiritual em Rosh HaShaná; por que devemos, então, fazer Teshuvá depois? Porque, quanto mais nos espiritualizamos, mais há necessidade de corrigirmos nossas faltas no serviço ao Eterno. As duas últimas porções da Torá são uma exortação de Moshê ao Povo de Israel ao arrependimento em que contém o segredo da existência de Israel e o seu destino. A Haftará cuida justamente dos dias de arrependimento e que começa assim: "Retorna, ó Israel, para o Senhor teu D'us." A força e a profundidade desta parashá é um apelo explícito de nossa necessidade e total dependência ao Eterno. A palavra Shabat deriva de “Shevitá” que também insinua retorno. O renovo semanal de conexão plena com o Eterno faz do Shabat a Festa mais importante de todas, pois experimentar cada Shabat neste “Olam HaZê” (este mundo), é experimentar cada fragmento do “Olam HaBaá” (mundo vindouro). O profeta Joel disse: “Rasguem seus corações, não apenas suas roupas”. Entretanto, não devemos confundir a proximidade da raiz do significado de Shabat com sua própria essência, pois Shabat é deleite como está descrito na canção Lechá Dodí. Nós nunca recitamos Vidui (recitações de nossas transgressões ao Eterno) em Shabat Shuvá porque remorso, raiva, tristeza (que estão ligadas ao pecado e ao arrependimento) contradizem o Shabat. De acordo com a Cabalá, a Teshuvá tem dois aspectos: lamentarmos pelos pecados renunciando a eles permanentemente e isso se aplica a toda a humanidade e o outro aspecto mais nobre não está ligado às transgressões, mas sim, ao nível de conexão com H’Shem que devemos buscar incessantemente pois Ele é o Ein Sof (Infinito). Então, sirvamos ao Eterno com Kavaná (intenção do coração), alegria e regozijo para que nossas almas se elevem cada vez mais… Façamos como Tzadikim que veem a infinitude de H’Shem como um elemento não estagnado da vida que não nos permite ficarmos acomodados com o nosso crescimento espiritual. A riqueza da Torá (ensinamento), a Tefilá (oração) e nossa prática de justiça e amor são a própria recompensa da espiritualidade. É como se fosse uma construção infinita de um palácio onde nós mesmos vamos viver e usufruir de tudo que é bom e que talvez não tenhamos a ideia da incomensurabilidade de tudo isso. Que possamos aprender a essência da conexão com o Santo, Bendito é Ele. Que nunca esqueçamos: os três pilares de nosso serviço ao Eterno - Teshuvá (retorno), Tefilá (prece) e Tzedaká (caridade)… Que o toque do Shofar nos inspire rumo ao Ein Sof (Infinito)!


Shabat Shalom Umevorach

Shaná Tová UMetuká

Gmar Chatimá Tová


Referências:

  • Morashá.com

  • Serjudio.com

  • Zohar

  • Meor Hashabat Fax

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