O Jejum de Esther (Taanit Esther) ocorre no dia 13 do mês hebraico de Adar. Termina ao anoitecer, e 14 de Adar, inaugura a festa de Purim – uma das datas mais felizes do ano judaico. Taanit Esther é um meio-jejum: inicia-se antes do nascer do sol e se encerra ao pôr do sol, pois não é um período de 24h como em Yom Kipur e Tishá b’Av. É costume quebrar o jejum após a leitura da Meguilá, na noite de Purim. O jejum será dia 21 de março (quinta-feira, de 4:33 às 18:15) e Purim ao anoitecer do dia 23 de março (sábado). Quando Purim cai na noite de sábado e no domingo, o jejum é antecipado para a quinta-feira anterior.
Normalmente, observa-se Taanit Esther no dia 13 de Adar, mas quando Purim cai na noite de sábado e no dia de domingo, o jejum é antecipado: é movido do Shabat (quando é proibido jejuar, exceto em Yom Kipur) para a quinta-feira anterior. Há quatro meios-jejuns no calendário judaico. Três deles – o jejum de Guedaliá, realizado em 3 de Tishrei, o de 10 de Tevet e o de 17 de Tamuz – referem-se a eventos difíceis na história do Povo de Israel. O de Esther é o único meio-jejum que é alegre e que não foi ordenado pela Torá ou pelos profetas.
A história narrada no Livro de Esther (Meguilat Esther) ocorreu na antiga Pérsia (atual Irã) no século 4 a.E.C. O Templo Sagrado de Jerusalém havia sido destruído há mais de 50 anos, e os judeus eram súditos do Império Persa.
“Seja qual for a razão pela qual jejuamos em Taanit Esther, o próprio nome do jejum destaca o papel das mulheres na dinâmica da redenção. Nossos Sábios (Talmud Bavli, Sotá 11b) ensinam que “pelo mérito das mulheres justas, os judeus foram redimidos do Egito”, e, de fato, de exílios posteriores também. Foi-nos prometido “Como nos dias do seu Êxodo do Egito, Eu lhes mostrarei maravilhas” (Miquéias 7:15).Rabi Yitzhak Luria, o Arizal – o maior Cabalista de todos os tempos – ensinou que os judeus que presenciarão a redenção final constituem a reencarnação daqueles que foram libertados no Êxodo do Egito. Isso significa que a futura redenção refletirá a redenção arquetípica, a do Egito, e assim, podemos supor que ela também virá como resultado do mérito de mulheres justas.
De acordo com a visão do Rambam, o Jejum de Esther nos ensina que podemos despertar ilimitadas bênçãos Divinas e transformar até as circunstâncias mais adversas e desfavoráveis. O plano de Haman para aniquilar o Povo de Israel parecia ser irrevogável, pois o próprio rei o havia aprovado. No entanto, apesar da situação desesperadora em que se encontravam os judeus, a rainha Esther percebeu que, se ela e todo o Povo de Israel jejuassem por três dias e três noites, seria possível atrair a misericórdia Divina e, assim, reverter a situação. Foi exatamente o que ocorreu. No final da história de Purim, não apenas o decreto genocida de Haman é frustrado, mas Mordechai toma seu lugar como primeiro-ministro e “para os judeus houve luz, felicidade, alegria e glória” (Esther 9:16).” (Revista Morashá)
Darkey Shalom
Marcos Wanderley
Referências:
Revista Morashá on-line
Ser judío on-line
O mais completo guia do Judaísmo
Judaísmo Vivo
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